Repercussão do ideário neocolonial na atuação preservacionista de Mário de Andrade e Lucio Costa

Resumo

O presente trabalho discute a repercussão do movimento conhecido por “Neocolonial” no pensamento de dois dos mais importantes protagonistas do Modernismo no Brasil: o escritor Mário de Andrade e o arquiteto Lucio Costa. A adesão de ambos, em seus anos de formação, na campanha em prol da valorização da arquitetura colonial brasileira, lançada em 1914 por Ricardo Severo, deixou marcas duradouras, que viriam a caracterizar algumas das especificidades do Modernismo brasileiro. Tais marcas também repercutiram na produção de conhecimento elaborada no âmbito do primeiro órgão brasileiro de preservação do patrimônio, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no qual tanto Mário como Lucio tiveram relevante participação, e que constituiu base fundamental para o ensino da história da arquitetura brasileira nas escolas de arquitetura. Dessa forma, pretende-se discutir aspectos pouco destacados do complexo panorama cultural brasileiro dos anos 1920 e 1930, no qual termos como tradição e modernidade apresentam-se ora dicotômicos, ora fortemente entrelaçados, e alguns de seus desdobramentos quanto ao ensino de arquitetura no Brasil.