Setor Bancário do Plano Piloto de Brasília e as fotografias de sua maquete
Uma ferramenta de controle e planejamento
Palavras-chave:
Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Arquitetura moderna, Urbanismo modernoResumo
Talvez não haja imagem mais marcante do centro do Plano Piloto de Brasília do que as fotografias da maquete do Setor Bancário. Essas imagens ilustram a contribuição de Oscar Niemeyer para o Plano Piloto de Lucio Costa e são frequentemente associadas a um urbanismo de formas homogêneas e repetitivas, que não se altera com o tempo, e nem incorpora diferentes atores em seu processo de projeto e construção. Essas associações compreendem a maquete como uma representação formal rígida, fidedigna do conjunto a ser construído, e, talvez por isso, não reconhecem detalhes sobre a história do setor que podem oferecer uma melhor compreensão sobre a cidade pensada pela arquitetura moderna. Um desses detalhes é que Niemeyer optou por não projetar as edificações daquele conjunto. Seguindo esse procedimento, o Setor Bancário, conforme construído, mudou em relação à maquete. Mas, em vez de reivindicar o descompasso como uma falha do plano, este artigo defende a decisão de Niemeyer como uma decisão de planejamento, e que pode ser explicada através, justamente, das fotografias da maquete do setor. Essas fotografias circularam em diferentes contextos como publicações oficiais e trocas informais de cartas. Elas foram utilizadas como propaganda política ao mesmo tempo em que eram apontadas pela crítica especializada como exemplo de fracasso do urbanismo moderno. Elas foram objetos de diferentes interpretações para finalmente se tornar uma ferramenta de controle do desenvolvimento da área.
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